quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Resenha: ROTA 66. A história da Polícia que Mata

BARCELLOS, Caco. Rota 66. A história da Polícia que Mata. -13ªed. Rio de Janeiro: Record, 2012.

Síntese

A obra aborda a questões polêmicas que gira em torno da conduta de policiais militares de São Paulo, em ações de combate ao crime. O Jornalista Caco Barcellos investiga a atuação dos 22 anos de Matança da Polícia Militar e faz um balanço assustador com um resultado surpreendente: a maioria dos assassinados eram pessoas inocentes e que nunca tiveram passagem pela polícia.


Crítica


A linguagem utilizada pelo autor é de fácil entendimento, porém, faz uso exagerado de narrativa descritiva deixando a leitura, em certos momentos, cansativa. É também um elemento fundamental para dar veracidade aos fatos e detalhar melhor a cena trabalhando com o imaginário do leitor. São cenas estarrecedoras, fatos que mexem com o emocional, faz o leitor ficar ansioso pelo desfecho, emocionado, ter sede de justiça e por fim, compreender que tudo se trata de uma infeliz realidade.

O autor com sua peculiaridade conta histórias dentro de outra história. Esta forma de tecer a obra nos demanda muita atenção para que o leitor saiba quando um fato que havia sido interrompido foi retomado novamente. Rota 66 tem esta característica quando estamos a ler um determinado acontecimento e, por um momento, nos damos conta de um pequeno desvio na história, utilizado de forma explicativa.

Esta “brincadeira” ele também faz atualmente em seu programa “Profissão Repórter”, que vai ao ar na TV Globo, com formato dividido em três blocos, começando a apresentar determinada história que é interrompida por outras histórias. Quando o telespectador começa a se interessar pela história que está sendo apresentada, o programa volta a mostrar a história que estava sendo apresentada no início do programa (um verdadeiro jogo de atenção e audiência). 

Mas, analisando a obra de interesse, Rota 66 é divida em três partes sendo que a primeira parte contém nove capítulos; a segunda parte contém sete e a terceira parte, também contém sete capítulos. Um livro voltado para conduta de Policiais Militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – SP, o autor nos conta seu plano de denuncia que se torna mais abrangente com várias descobertas.

Todos os capítulos são ocupados por relatos de crimes bárbaros, cenas do crime forjadas, morte de inocentes, ações violentas de combate ao crime, à quantidade de policiais desnecessárias numa ação, agressões, mentiras, revolta e muita dor, mas o último capítulo também é direcionado a uma conclusão surpreendente.

Caco Barcellos, como jornalista investigativo, relata ter crescido vendo jovens das periferias correrem do Veraneio; impunidade, morte de trabalhadores, a dor das famílias, a chance que não é dada para recuperação de jovens envolvidos em furtos e assaltos, as abordagens de tortura dentre outros, faz- nos supor que o levantamento e o nível de interesse em identificar as vítimas de assassinatos por policiais, através do seu banco de dados – feito com base em entrevistas, recortes de jornais e análises de outros materiais - faz parte desta vivência que lhe proporcionou maior encorajamento e necessidade de fazer algo pelos injustiçados.

O livro é um trabalho que mostra não apenas a formação de um jornalista, seus ideais e interesses, mas um investigador que vai além de suas forças físicas, se fazendo presente em órgãos públicos para colher informações que pudessem ajudar em sua pesquisa: IML, Cartórios, Hospitais, delegacias, dentre outros, lhe dando com pessoas que poderiam acarretar-lhe grandes problemas pessoais. Se isto aconteceu, a obra nada comenta, dando preferência apenas às retaliações vividas por outros.

Um quesito importante a ser observado é a imparcialidade. Este sentimento que jornalistas lutam para doar em suas matérias é algo que a produção de Caco não possui, ou pelo menos, esta produção – especificamente. Ele faz questão de mostrar que possui um lado e este lado é o dos mais fracos, ou seja, das vítimas. Essa afirmação não ocorre apenas na apresentação do livro Rota 66, mas em todos os capítulos, de forma a argumentar sua defesa com fatos reais e instigantes.

A forma como Caco Barcellos conduziu sua experiência de pesquisa em paralelo com sua profissão, leva-nos a questionar o papel do jornalista na sociedade e sua conduta. Cabe ao jornalista por em risco sua própria vida em prol da informação? Cabe ao jornalista investigar a fundo, interpretar, traduzir e informar? O jornalista tem que ser imparcial o tempo todo? 

A imprensa, por sua vez, une um “turbilhão” de informações coletadas na correria da vida jornalística e lança sobre a sociedade. A apuração dos fatos é um processo minucioso e que muitas vezes é vedado, mesmo se verdadeiro. Muitas empresas de comunicação se reduzem a mostrar apenas aquilo que lhes interessam e que não irá lhes causar “danos financeiros e retaliações”, uma verdadeira politicagem. 

Rota 66 também é conduzida a um cenário com esquema de politicagem quando mostra uma polícia que acoberta crimes, patentes homenageadas e matadores com sua moral elevada, além de contar com uma imprensa que noticia informações oficiais não sendo verdadeiras e a classificação de notícias que “rende” mais. “Sou novato na profissão, mas já constato que na cobertura de assuntos policiais a imprensa também dá um tratamento diferenciado às pessoas pelo critério da sua condição social” (BARCELLOS, 2012, p.26)

O primeiro capítulo apresenta três jovens: Fernando Noronha, Augusto Junqueira e Carlos Inácio que estão em um fusca azul sendo perseguidos por um Veraneio Cinza, da Polícia Militar. Todos eram menores de idade e faziam parte da classe social média alta. A narração contém informações sobre a rotina dos jovens e todos estes elementos, são vistos por Caco como um ponto inicial para estudar passo a passo o que levava a polícia a matar, qual o perfil dos jovens assassinados - classe social e a ficha. “Ao disparar a metralhadora contra o Fusca azul, eles nada sabem a respeito da vida dos três rapazes”. (BARCELLOS, 2012, p.44)

Caco utilizando seu faro jornalístico tentava concretizar sua pesquisa ouvindo diversas fontes e analisando todas as possibilidades. Atualmente, alguns jornalistas se prendem a ouvir duas fontes ou três, que as garantem e as assegurem da pauta proposta. A obra mostra um jornalista disposto a ouvir não apenas uma, duas ou três, mas ouvir, pesquisar, investigar, comparar todos os indícios e fontes.

Sua pesquisa foi praticamente um trabalho de “formiguinha” que se valia de um objetivo além de informar: Tinha sede de justiça e queria uma evidente mudança. Sua obra tem objetivo semelhante: o de promover formadores de opinião, capazes de enxergar além daquilo que lhes são apresentados todos os dias pela mídia e pela própria sociedade.

Utilizou os métodos de Pesquisa no Jornal “Notícias Populares” e também teve acesso a Boletins de Ocorrências, mas sua disposição valia para acompanhar a movimentação que acontecia no Instituto Médico Legal. Seu objetivo era entrevistar pessoas que pudessem esclarecer e justificar as mortes, e se estas eram vítimas de assassinatos em troca de tiros com a polícia. Na coleta de informações junto ao cartório da justiça militar, mesmo sendo fonte confiável, encontrou dificuldades frente à burocracia. Com os elementos em mãos, Caco, fez uso de comparação para tentar estabelecer correlações e chegar a conclusões.

No livro é possível encontrar vários fatos que nos impressionam, mas, analisando de forma crítica e jornalística e deixando de lado as emoções podemos destacar como fabuloso todo o empenho que o jornalista investigativo teve. Conseguiu uma sala pequena, entulhada de papéis, livros e vidros com amostras dentro do IML. Tinha um plano e o colocou em prática mesmo com todas as dificuldades ali impostas. Não era uma sala empoeirada que o faria parar e muito menos, a desorganização dos documentos. 
A primeira visão era de fato assustadora. Alguns armários sem porta mostravam grandes garrafas de vidro com pedaços de corpos mergulhados em formol. Mãos. Pés. Cabelos. Fetos deformados. Olhos. Muitos vidros cheios de olhos flutuantes. Álbuns e mais álbuns com fotografias de cadáveres em todos os estágios de putrefação. Livros de capa preta. Velhos instrumentos um dia usados nos exames de necropsia. Cadeiras quebradas. Pedaços de macas. Máquinas de escrever emperradas. Apontei o centro da sala, para mostrar ao diretor o motivo de meu interesse. Uma montanha de pastas e papéis velhos cobertos de pó. (BARCELLOS, 2012, p.121)
           
A parceria com pessoas que tinham interesses em comum, de fato, favoreceu o desenvolvimento de sua investigação. O autor contou com a ajuda de Daniel Annenberg para aprimorar sua pesquisa e com Sidney, na coleta de informações. Usou um método de seleção que pudesse analisar o real interesse e a força de vontade de quem se candidatava e se propunha a separar primeiramente uma pilha de papéis; a organizar; catalogar e viver com a pouca remuneração oferecida.

A quantidade de informações, dados, números e histórias chegaram a um ponto que não eram mais suficientes para dar peso e credibilidade a pesquisa do autor jornalista, que parte para uma atitude mais ousada na tentativa de conseguir uma prova visual ou um áudio.

Em contrapartida, analisamos nos dias de hoje a atitude e o posicionamento de alguns profissionais de comunicação que se dão por satisfeitos em redigir suas matérias em confortáveis poltronas, salas ar-condicionadas e sem muito interesse para ir onde está a notícia. O auxilio e a praticidade da internet grandemente tem contribuído para uma “mídia preguiçosa” que pesquisa, produz, reproduz e ponto final.

Seguindo adiante, Caco Barcellos deseja ir onde está a notícia, mas não quando ela já aconteceu, e sim quando ela está acontecendo. É surpreendido com um convite de um oficial de relações públicas para acompanhar numa ação policial do patrulhamento. Ele não se esquiva de participar da ação dentro de uma viatura, podendo assim, visionar melhor o trabalho dos policiais.
[...] constatamos que os homens da Rota sabem cumprir suas obrigações: tratar os civis com educação, respeitar seus direitos, cuidar da segurança sem violência, sem arbitrariedades. Desconfiamos, porém, que o estilo excessivamente cordial desta noite possa ser um jogo de cena para nos impressionar. (BARCELLOS, 2012, p.200)

       
O jornalista tem que ter “jogo de cintura” para conduzir os fatos e o relacionamento com sua fonte. Isto também impressiona o leitor quando Caco diz, “chefe da equipe, capitão lezo Conte Silva, quatro assassinatos de sua autoria registrados em nosso Banco de Dados, estava sentado à frente, ao lado do motorista. Adora dar ordens aos subordinados pelo rádio” (p.198)

A vivência de jovens recém-formados em jornalismo e suas relações com as fontes vão se tornando mais fortalecedoras no quesito, amadurecimento, diante das tratativas encontradas ao longo da profissão.

Não obstante, o autor faz questionamentos aos policias sobre suas condições salariais e de trabalho e chega à conclusão que, apesar de alguns ganharem pouco, a vantagem de trabalhar na ROTA é meramente por ser um nome de peso, uma unidade de elite, o que não justifica o comportamento agressivo.

Pode-se dizer que é difícil imaginar leitores sendo convencidos a ver um lado inocente, puro e correto na figura de jovens presos. A mídia, a sociedade e a própria conduta de jovens que por algum momento na vida tenha errado e que não tenha mais as mesmas atitudes, mesmo sendo desta forma, é difícil a sociedade perdoar.

Este modelo estereotipado que é imposto, todos os dias, faz com que leitores tenham certa dúvida antes de ler a obra e venham a questionar: Qual o lado deste autor? Qual sua defesa? A história da polícia que mata – Então, não deveriam matar? Não deveriam punir? Apenas punir seria o correto e o mais viável? Nossas leis frouxas possibilitam punições sem a necessidade de exterminar o mal pela raiz? É confiável a reintegração destes jovens na sociedade?

São muitos os questionamentos que faz com que o cidadão de bem, que teme a bandidagem, leia um livro que acusa uma polícia que mata e defende jovens que tenha cometido delitos considerados leves (roubos e furtos). Embora a defesa seja também de inocentes é de fato um desafio escrever uma obra que traz está condição de quebrar paradigmas e estereótipos e faz com que o leitor consiga enxergar o que está por trás de uma “suposta verdade” imposta por uma massa, portanto, a obra de Caco Barcellos é persuasiva. Os amantes da leitura superam seus questionamentos e se entregam a leitura da obra.

A descrição dos assassinatos faz com que o medo e a dor das vitimas venham a passar como filmes na nossa mente. O desfecho injusto de crimes as quais os matadores foram absolvidos faz com que venhamos a mudar de ideia nos envolvendo lentamente em cada uma das histórias. “Os rapazes, com exceção de Lázaro, são colocados de joelhos junto a um barranco de menos de 1 metro de altura. Eles imploram para não morrer quando as armas começam a ser disparadas”. (p.267); “O PM aproxima a arma de seu rosto. Lázaro sente o cano de ferro nos lábios. Depois do último disparo, dentro de sua boca, Lázaro ainda está consciente.” (p.268); “As vítimas, desarmadas, indefesas, apavoradas com a perseguição policial, amedrontadas com os tiros disparados, foram mortas, segundo a interpretação do promotor João Benedito de Azevedo Marques, com requintes de crueldade” ( p.89).

Estas e tantas outras descrições é que nos prendem. A pesquisa de Caco o possibilitou a fazer um Top List dos 10 policiais mais matadores. Conforme andava as investigações, este top list ganhava novos nomes e novos rankings. É possível pensar que a sociedade de hoje, merece ser posicionada e atualizada de fatos que, por muitas vezes, acabam por cair no esquecimento. A mídia com seu poder de influência devem explorar fatos que merecem justiça e não engavetá-los.

A conquista árdua por informações o levou a tomar iniciativas que não revelasse sua verdadeira identidade.

[...] procurei discretamente me misturar aos amigos e parentes, fiéis de uma igreja evangélica. Passeia acompanhar a sua recuperação nas semanas seguintes, com visitas diárias ao hospital, sem me identificar como repórter. Evitava perguntas da família sobre meus objetivos, sempre levando nas mãos um pequeno livro de capa preta: a Bíblia Sagrada. (BARCELLOS, 2012, p. 265)
             
Ao final da obra, o autor conta que a prova visual é conquista. A tortura ali exposta estava sendo discretamente filmada e, mais tarde, apresentada no Jornal Nacional.

Logo depois da entrevista percebemos que os dois rapazes continuavam sendo agredidos por um grupo de PMs, junto à entrada da carceragem da delegacia. Discretamente, Renato Rodrigues coloca a câmera embaixo de seu braço esquerdo. Com a mão direita ajusta o foco. Aperta o botão que dispara a gravação um pouco antes do momento em que um PM chuta o menor ferido na barriga. Em seguida, o rapaz leva um tapa no rosto fora do ângulo de alcance da câmera, se desequilibra e volta para a posição em que estava antes. Um outro PM se aproxima do menor, enfia o dedo em seu ferimento, dá um beliscão. Avisado por um colega, o PM olha assustado em nossa direção. Recua imediatamente e consegue sair do ângulo de visão da câmera. Mas era tarde demais. (BARCELLOS, 2012, p 274)


Seu estudo e seu esforço provava a existência do abuso de poder; de negligências e de injustiça. O balanço final de seu trabalho apontava que os criminosos não representavam a maioria entre as pessoas mortas por policiais miliares, neste período de 22 anos analisados. A maior parte dos civis mortos pela Polícia Militar de São Paulo é composta pelo cidadão comum com ficha limpa – inocentes. “Identificamos 2.027 inocentes assassinados pelos matadores da PM”; “Na seleção dos dez PMs com maior número de vítimas registradas em nosso Banco de Dados, pelo menos um deles tem uma história coerente com a sua fama de matador de bandidos”.(p.257) revela também, “[...] o pequeno número de policiais militares mortos, quatro tiveram participação em algum crime. Mais de seis tinham o passado limpo. Suas fichas nos foram devolvidas com um carimbo de duas palavras: nada consta.”(p.258); “A incrível desproporção com o número de mais de 4 mil civis mortos reforça nossas suspeitas sobre a legitimidade dos confrontos armados durante o policiamento”.(p.258)

Dentre todas estas revelações, o balanço final aponta o racismo como fator preponderante como motivo das execuções. Pessoas de raça negra e parda e situação econômica de baixa renda eram os principais alvos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Filme: A História Verdadeira.

site adorocinemas.com 

O filme é baseado em fatos reais e conta a história do jornalista Michael Finke, demitido do New York Times por usar mentira em uma de suas matérias.  Ao tentar se retratar com a empresa em que trabalha ele pede que a retratação não fosse publicada, para evitar problemas em futuras contratações.
Preocupado com sua reputação e tentando retomar sua carreira jornalística, Michael tem agora uma oportunidade e a agarra com todas as forças. Ele é informado que um homem chamado Christian Longo mata esposa e três filhos, em seguida, foge para o México se identificando como Michael Finke.

O que me chama a atenção é o comportamento do jornalista Michael tentando subjugar seus próprios anseios na tentativa de conseguir uma matéria exclusiva. Esta impressão parte da carta em que escreve para o suspeito, dizendo que se sentia honrado em saber que ele usará seu nome e que pretendia encontrá-lo e tentar entender por qual motivo havia se identificado de tal forma.

O ditado “o feitiço volta contra o feiticeiro” caberia nesta história. A tática do jornalista foi praticamente um “tiro no escuro” tentando retomar não apenas sua carreira, mas sua reputação. Seus olhos mostravam o quanto estava agitado em busca da verdade, a verdade que o salvaria de uma mentira que o fez perder o próprio emprego.
A relação entre fonte e jornalista é que esta em questão. Fiquei analisando como o corpo dele falava frente a sua fonte e como sua fonte o interpretava. Christian Longo diz a Michael que o conta toda a verdade, desde que ele o ensinasse a escrever e a falar bem, assim como o próprio jornalista e em segundo momento, que publicasse a matéria somente após o julgamento.
Em contrapartida o jornalista cede às vontades de sua fonte deixando-o ciente que o que viesse a publicar, talvez não o deixasse satisfeito. Neste quesito, o telespectador pode se perguntar como deve ser a relação entre jornalista e fonte? Confiabilidade? Um “pé” um pouco atrás? Usar sempre a imparcialidade? Ser parcial em dados momentos?
Michael se sente empolgado com a promessa de exclusividade e em vez de uma matéria, dá inicio a escrever um livro.  A Superficialidade com que o filme mostra a desenvolvimento de criação do livro dá a entender que o jornalista não ouviu outras fontes, apoiando-se totalmente no suspeito, ouvindo apenas um lado da história.A série de diálogos entre os personagens e o comportamento contraditório do réu, Christian Longo, põe em risco mais uma vez a reputação do jornalista, que se dá conta de que estava sendo usado por um assassino, capaz de seduzir o júri com suas supostas verdades, usando da confiança e do estilo aventureiro de Michel para se portar frente ao julgamento.
Diante de tal fato, é possível questionar quais os lados da notícia? Ela deve ser vista apenas como mercadoria?  Jornalistas podem fazer “negociações” com suas fontes em troca da informação? Vale tudo pela notícia?Não obstante, o filme possui um conteúdo rápido de apresentação e linguagem de fácil compreensão, de forma que a “confusão” aparente reflete apenas na atitude do personagem assassino. A impressão que tenho é que o filme terminou incompleto sem que o telespectador pudesse entender ao certo, por qual motivo um assassino usa a identificação de um jornalista; dá exclusividade para que ele conte sua história sendo uma história de mentira; contradiz todo o trabalho que desenvolveu contando ao jornalista e mudando seu depoimento no tribunal assumindo o delito.No final do filme, Michael encontra com Christian na prisão já sentenciado para o corredor da morte. Michael diz que já sabe que Christian é o assassino e que já passou referencias para o advogado e para o juiz ficarem atentos quanto às táticas que Christian pudesse usar. Fiquei tentando entender esta parte, tendo em vista que o personagem já estava sentenciado.
A confusão final foi quando Christian aparece fisicamente somente para Michael que está apresentando o seu livro ao público. Se o cara estava preso, como apareceu? Seria o subconsciente do jornalista se culpando? Creio que sim! Ele aparecia e desaparecia.Também considerei a fotografia do filme comum, sem muitos efeitos contendo uma iluminação e tons claros.No que diz respeito aos atores, são bons, principalmente James Franco a qual tive a oportunidade de ver atuação em outros filmes. O papel da esposa do Jornalista, interpretada por Felicity Jones achei “vago” uma vez que durante a trama se sentia perdida, sempre com um “ar” de medo, mistério no olhar e suspeitando de algo que ficou subtendido.
O filme não é “tão ruim” mais poderia ser mais claro e exploratório, agregando mais riqueza de detalhes e valor aos personagens.

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