quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Filme: A História Verdadeira.

site adorocinemas.com 

O filme é baseado em fatos reais e conta a história do jornalista Michael Finke, demitido do New York Times por usar mentira em uma de suas matérias.  Ao tentar se retratar com a empresa em que trabalha ele pede que a retratação não fosse publicada, para evitar problemas em futuras contratações.
Preocupado com sua reputação e tentando retomar sua carreira jornalística, Michael tem agora uma oportunidade e a agarra com todas as forças. Ele é informado que um homem chamado Christian Longo mata esposa e três filhos, em seguida, foge para o México se identificando como Michael Finke.

O que me chama a atenção é o comportamento do jornalista Michael tentando subjugar seus próprios anseios na tentativa de conseguir uma matéria exclusiva. Esta impressão parte da carta em que escreve para o suspeito, dizendo que se sentia honrado em saber que ele usará seu nome e que pretendia encontrá-lo e tentar entender por qual motivo havia se identificado de tal forma.

O ditado “o feitiço volta contra o feiticeiro” caberia nesta história. A tática do jornalista foi praticamente um “tiro no escuro” tentando retomar não apenas sua carreira, mas sua reputação. Seus olhos mostravam o quanto estava agitado em busca da verdade, a verdade que o salvaria de uma mentira que o fez perder o próprio emprego.
A relação entre fonte e jornalista é que esta em questão. Fiquei analisando como o corpo dele falava frente a sua fonte e como sua fonte o interpretava. Christian Longo diz a Michael que o conta toda a verdade, desde que ele o ensinasse a escrever e a falar bem, assim como o próprio jornalista e em segundo momento, que publicasse a matéria somente após o julgamento.
Em contrapartida o jornalista cede às vontades de sua fonte deixando-o ciente que o que viesse a publicar, talvez não o deixasse satisfeito. Neste quesito, o telespectador pode se perguntar como deve ser a relação entre jornalista e fonte? Confiabilidade? Um “pé” um pouco atrás? Usar sempre a imparcialidade? Ser parcial em dados momentos?
Michael se sente empolgado com a promessa de exclusividade e em vez de uma matéria, dá inicio a escrever um livro.  A Superficialidade com que o filme mostra a desenvolvimento de criação do livro dá a entender que o jornalista não ouviu outras fontes, apoiando-se totalmente no suspeito, ouvindo apenas um lado da história.A série de diálogos entre os personagens e o comportamento contraditório do réu, Christian Longo, põe em risco mais uma vez a reputação do jornalista, que se dá conta de que estava sendo usado por um assassino, capaz de seduzir o júri com suas supostas verdades, usando da confiança e do estilo aventureiro de Michel para se portar frente ao julgamento.
Diante de tal fato, é possível questionar quais os lados da notícia? Ela deve ser vista apenas como mercadoria?  Jornalistas podem fazer “negociações” com suas fontes em troca da informação? Vale tudo pela notícia?Não obstante, o filme possui um conteúdo rápido de apresentação e linguagem de fácil compreensão, de forma que a “confusão” aparente reflete apenas na atitude do personagem assassino. A impressão que tenho é que o filme terminou incompleto sem que o telespectador pudesse entender ao certo, por qual motivo um assassino usa a identificação de um jornalista; dá exclusividade para que ele conte sua história sendo uma história de mentira; contradiz todo o trabalho que desenvolveu contando ao jornalista e mudando seu depoimento no tribunal assumindo o delito.No final do filme, Michael encontra com Christian na prisão já sentenciado para o corredor da morte. Michael diz que já sabe que Christian é o assassino e que já passou referencias para o advogado e para o juiz ficarem atentos quanto às táticas que Christian pudesse usar. Fiquei tentando entender esta parte, tendo em vista que o personagem já estava sentenciado.
A confusão final foi quando Christian aparece fisicamente somente para Michael que está apresentando o seu livro ao público. Se o cara estava preso, como apareceu? Seria o subconsciente do jornalista se culpando? Creio que sim! Ele aparecia e desaparecia.Também considerei a fotografia do filme comum, sem muitos efeitos contendo uma iluminação e tons claros.No que diz respeito aos atores, são bons, principalmente James Franco a qual tive a oportunidade de ver atuação em outros filmes. O papel da esposa do Jornalista, interpretada por Felicity Jones achei “vago” uma vez que durante a trama se sentia perdida, sempre com um “ar” de medo, mistério no olhar e suspeitando de algo que ficou subtendido.
O filme não é “tão ruim” mais poderia ser mais claro e exploratório, agregando mais riqueza de detalhes e valor aos personagens.

2 comentários:

Na minha opinião achei sensacional sua descrição do filme!

Obrigada pelo carinho! Breve, o blog será atualizado novamente, com muito conteúdo. Será um prazer ter você por aqui!

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