quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Resenha: ROTA 66. A história da Polícia que Mata

BARCELLOS, Caco. Rota 66. A história da Polícia que Mata. -13ªed. Rio de Janeiro: Record, 2012.

Síntese

A obra aborda a questões polêmicas que gira em torno da conduta de policiais militares de São Paulo, em ações de combate ao crime. O Jornalista Caco Barcellos investiga a atuação dos 22 anos de Matança da Polícia Militar e faz um balanço assustador com um resultado surpreendente: a maioria dos assassinados eram pessoas inocentes e que nunca tiveram passagem pela polícia.


Crítica


A linguagem utilizada pelo autor é de fácil entendimento, porém, faz uso exagerado de narrativa descritiva deixando a leitura, em certos momentos, cansativa. É também um elemento fundamental para dar veracidade aos fatos e detalhar melhor a cena trabalhando com o imaginário do leitor. São cenas estarrecedoras, fatos que mexem com o emocional, faz o leitor ficar ansioso pelo desfecho, emocionado, ter sede de justiça e por fim, compreender que tudo se trata de uma infeliz realidade.

O autor com sua peculiaridade conta histórias dentro de outra história. Esta forma de tecer a obra nos demanda muita atenção para que o leitor saiba quando um fato que havia sido interrompido foi retomado novamente. Rota 66 tem esta característica quando estamos a ler um determinado acontecimento e, por um momento, nos damos conta de um pequeno desvio na história, utilizado de forma explicativa.

Esta “brincadeira” ele também faz atualmente em seu programa “Profissão Repórter”, que vai ao ar na TV Globo, com formato dividido em três blocos, começando a apresentar determinada história que é interrompida por outras histórias. Quando o telespectador começa a se interessar pela história que está sendo apresentada, o programa volta a mostrar a história que estava sendo apresentada no início do programa (um verdadeiro jogo de atenção e audiência). 

Mas, analisando a obra de interesse, Rota 66 é divida em três partes sendo que a primeira parte contém nove capítulos; a segunda parte contém sete e a terceira parte, também contém sete capítulos. Um livro voltado para conduta de Policiais Militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – SP, o autor nos conta seu plano de denuncia que se torna mais abrangente com várias descobertas.

Todos os capítulos são ocupados por relatos de crimes bárbaros, cenas do crime forjadas, morte de inocentes, ações violentas de combate ao crime, à quantidade de policiais desnecessárias numa ação, agressões, mentiras, revolta e muita dor, mas o último capítulo também é direcionado a uma conclusão surpreendente.

Caco Barcellos, como jornalista investigativo, relata ter crescido vendo jovens das periferias correrem do Veraneio; impunidade, morte de trabalhadores, a dor das famílias, a chance que não é dada para recuperação de jovens envolvidos em furtos e assaltos, as abordagens de tortura dentre outros, faz- nos supor que o levantamento e o nível de interesse em identificar as vítimas de assassinatos por policiais, através do seu banco de dados – feito com base em entrevistas, recortes de jornais e análises de outros materiais - faz parte desta vivência que lhe proporcionou maior encorajamento e necessidade de fazer algo pelos injustiçados.

O livro é um trabalho que mostra não apenas a formação de um jornalista, seus ideais e interesses, mas um investigador que vai além de suas forças físicas, se fazendo presente em órgãos públicos para colher informações que pudessem ajudar em sua pesquisa: IML, Cartórios, Hospitais, delegacias, dentre outros, lhe dando com pessoas que poderiam acarretar-lhe grandes problemas pessoais. Se isto aconteceu, a obra nada comenta, dando preferência apenas às retaliações vividas por outros.

Um quesito importante a ser observado é a imparcialidade. Este sentimento que jornalistas lutam para doar em suas matérias é algo que a produção de Caco não possui, ou pelo menos, esta produção – especificamente. Ele faz questão de mostrar que possui um lado e este lado é o dos mais fracos, ou seja, das vítimas. Essa afirmação não ocorre apenas na apresentação do livro Rota 66, mas em todos os capítulos, de forma a argumentar sua defesa com fatos reais e instigantes.

A forma como Caco Barcellos conduziu sua experiência de pesquisa em paralelo com sua profissão, leva-nos a questionar o papel do jornalista na sociedade e sua conduta. Cabe ao jornalista por em risco sua própria vida em prol da informação? Cabe ao jornalista investigar a fundo, interpretar, traduzir e informar? O jornalista tem que ser imparcial o tempo todo? 

A imprensa, por sua vez, une um “turbilhão” de informações coletadas na correria da vida jornalística e lança sobre a sociedade. A apuração dos fatos é um processo minucioso e que muitas vezes é vedado, mesmo se verdadeiro. Muitas empresas de comunicação se reduzem a mostrar apenas aquilo que lhes interessam e que não irá lhes causar “danos financeiros e retaliações”, uma verdadeira politicagem. 

Rota 66 também é conduzida a um cenário com esquema de politicagem quando mostra uma polícia que acoberta crimes, patentes homenageadas e matadores com sua moral elevada, além de contar com uma imprensa que noticia informações oficiais não sendo verdadeiras e a classificação de notícias que “rende” mais. “Sou novato na profissão, mas já constato que na cobertura de assuntos policiais a imprensa também dá um tratamento diferenciado às pessoas pelo critério da sua condição social” (BARCELLOS, 2012, p.26)

O primeiro capítulo apresenta três jovens: Fernando Noronha, Augusto Junqueira e Carlos Inácio que estão em um fusca azul sendo perseguidos por um Veraneio Cinza, da Polícia Militar. Todos eram menores de idade e faziam parte da classe social média alta. A narração contém informações sobre a rotina dos jovens e todos estes elementos, são vistos por Caco como um ponto inicial para estudar passo a passo o que levava a polícia a matar, qual o perfil dos jovens assassinados - classe social e a ficha. “Ao disparar a metralhadora contra o Fusca azul, eles nada sabem a respeito da vida dos três rapazes”. (BARCELLOS, 2012, p.44)

Caco utilizando seu faro jornalístico tentava concretizar sua pesquisa ouvindo diversas fontes e analisando todas as possibilidades. Atualmente, alguns jornalistas se prendem a ouvir duas fontes ou três, que as garantem e as assegurem da pauta proposta. A obra mostra um jornalista disposto a ouvir não apenas uma, duas ou três, mas ouvir, pesquisar, investigar, comparar todos os indícios e fontes.

Sua pesquisa foi praticamente um trabalho de “formiguinha” que se valia de um objetivo além de informar: Tinha sede de justiça e queria uma evidente mudança. Sua obra tem objetivo semelhante: o de promover formadores de opinião, capazes de enxergar além daquilo que lhes são apresentados todos os dias pela mídia e pela própria sociedade.

Utilizou os métodos de Pesquisa no Jornal “Notícias Populares” e também teve acesso a Boletins de Ocorrências, mas sua disposição valia para acompanhar a movimentação que acontecia no Instituto Médico Legal. Seu objetivo era entrevistar pessoas que pudessem esclarecer e justificar as mortes, e se estas eram vítimas de assassinatos em troca de tiros com a polícia. Na coleta de informações junto ao cartório da justiça militar, mesmo sendo fonte confiável, encontrou dificuldades frente à burocracia. Com os elementos em mãos, Caco, fez uso de comparação para tentar estabelecer correlações e chegar a conclusões.

No livro é possível encontrar vários fatos que nos impressionam, mas, analisando de forma crítica e jornalística e deixando de lado as emoções podemos destacar como fabuloso todo o empenho que o jornalista investigativo teve. Conseguiu uma sala pequena, entulhada de papéis, livros e vidros com amostras dentro do IML. Tinha um plano e o colocou em prática mesmo com todas as dificuldades ali impostas. Não era uma sala empoeirada que o faria parar e muito menos, a desorganização dos documentos. 
A primeira visão era de fato assustadora. Alguns armários sem porta mostravam grandes garrafas de vidro com pedaços de corpos mergulhados em formol. Mãos. Pés. Cabelos. Fetos deformados. Olhos. Muitos vidros cheios de olhos flutuantes. Álbuns e mais álbuns com fotografias de cadáveres em todos os estágios de putrefação. Livros de capa preta. Velhos instrumentos um dia usados nos exames de necropsia. Cadeiras quebradas. Pedaços de macas. Máquinas de escrever emperradas. Apontei o centro da sala, para mostrar ao diretor o motivo de meu interesse. Uma montanha de pastas e papéis velhos cobertos de pó. (BARCELLOS, 2012, p.121)
           
A parceria com pessoas que tinham interesses em comum, de fato, favoreceu o desenvolvimento de sua investigação. O autor contou com a ajuda de Daniel Annenberg para aprimorar sua pesquisa e com Sidney, na coleta de informações. Usou um método de seleção que pudesse analisar o real interesse e a força de vontade de quem se candidatava e se propunha a separar primeiramente uma pilha de papéis; a organizar; catalogar e viver com a pouca remuneração oferecida.

A quantidade de informações, dados, números e histórias chegaram a um ponto que não eram mais suficientes para dar peso e credibilidade a pesquisa do autor jornalista, que parte para uma atitude mais ousada na tentativa de conseguir uma prova visual ou um áudio.

Em contrapartida, analisamos nos dias de hoje a atitude e o posicionamento de alguns profissionais de comunicação que se dão por satisfeitos em redigir suas matérias em confortáveis poltronas, salas ar-condicionadas e sem muito interesse para ir onde está a notícia. O auxilio e a praticidade da internet grandemente tem contribuído para uma “mídia preguiçosa” que pesquisa, produz, reproduz e ponto final.

Seguindo adiante, Caco Barcellos deseja ir onde está a notícia, mas não quando ela já aconteceu, e sim quando ela está acontecendo. É surpreendido com um convite de um oficial de relações públicas para acompanhar numa ação policial do patrulhamento. Ele não se esquiva de participar da ação dentro de uma viatura, podendo assim, visionar melhor o trabalho dos policiais.
[...] constatamos que os homens da Rota sabem cumprir suas obrigações: tratar os civis com educação, respeitar seus direitos, cuidar da segurança sem violência, sem arbitrariedades. Desconfiamos, porém, que o estilo excessivamente cordial desta noite possa ser um jogo de cena para nos impressionar. (BARCELLOS, 2012, p.200)

       
O jornalista tem que ter “jogo de cintura” para conduzir os fatos e o relacionamento com sua fonte. Isto também impressiona o leitor quando Caco diz, “chefe da equipe, capitão lezo Conte Silva, quatro assassinatos de sua autoria registrados em nosso Banco de Dados, estava sentado à frente, ao lado do motorista. Adora dar ordens aos subordinados pelo rádio” (p.198)

A vivência de jovens recém-formados em jornalismo e suas relações com as fontes vão se tornando mais fortalecedoras no quesito, amadurecimento, diante das tratativas encontradas ao longo da profissão.

Não obstante, o autor faz questionamentos aos policias sobre suas condições salariais e de trabalho e chega à conclusão que, apesar de alguns ganharem pouco, a vantagem de trabalhar na ROTA é meramente por ser um nome de peso, uma unidade de elite, o que não justifica o comportamento agressivo.

Pode-se dizer que é difícil imaginar leitores sendo convencidos a ver um lado inocente, puro e correto na figura de jovens presos. A mídia, a sociedade e a própria conduta de jovens que por algum momento na vida tenha errado e que não tenha mais as mesmas atitudes, mesmo sendo desta forma, é difícil a sociedade perdoar.

Este modelo estereotipado que é imposto, todos os dias, faz com que leitores tenham certa dúvida antes de ler a obra e venham a questionar: Qual o lado deste autor? Qual sua defesa? A história da polícia que mata – Então, não deveriam matar? Não deveriam punir? Apenas punir seria o correto e o mais viável? Nossas leis frouxas possibilitam punições sem a necessidade de exterminar o mal pela raiz? É confiável a reintegração destes jovens na sociedade?

São muitos os questionamentos que faz com que o cidadão de bem, que teme a bandidagem, leia um livro que acusa uma polícia que mata e defende jovens que tenha cometido delitos considerados leves (roubos e furtos). Embora a defesa seja também de inocentes é de fato um desafio escrever uma obra que traz está condição de quebrar paradigmas e estereótipos e faz com que o leitor consiga enxergar o que está por trás de uma “suposta verdade” imposta por uma massa, portanto, a obra de Caco Barcellos é persuasiva. Os amantes da leitura superam seus questionamentos e se entregam a leitura da obra.

A descrição dos assassinatos faz com que o medo e a dor das vitimas venham a passar como filmes na nossa mente. O desfecho injusto de crimes as quais os matadores foram absolvidos faz com que venhamos a mudar de ideia nos envolvendo lentamente em cada uma das histórias. “Os rapazes, com exceção de Lázaro, são colocados de joelhos junto a um barranco de menos de 1 metro de altura. Eles imploram para não morrer quando as armas começam a ser disparadas”. (p.267); “O PM aproxima a arma de seu rosto. Lázaro sente o cano de ferro nos lábios. Depois do último disparo, dentro de sua boca, Lázaro ainda está consciente.” (p.268); “As vítimas, desarmadas, indefesas, apavoradas com a perseguição policial, amedrontadas com os tiros disparados, foram mortas, segundo a interpretação do promotor João Benedito de Azevedo Marques, com requintes de crueldade” ( p.89).

Estas e tantas outras descrições é que nos prendem. A pesquisa de Caco o possibilitou a fazer um Top List dos 10 policiais mais matadores. Conforme andava as investigações, este top list ganhava novos nomes e novos rankings. É possível pensar que a sociedade de hoje, merece ser posicionada e atualizada de fatos que, por muitas vezes, acabam por cair no esquecimento. A mídia com seu poder de influência devem explorar fatos que merecem justiça e não engavetá-los.

A conquista árdua por informações o levou a tomar iniciativas que não revelasse sua verdadeira identidade.

[...] procurei discretamente me misturar aos amigos e parentes, fiéis de uma igreja evangélica. Passeia acompanhar a sua recuperação nas semanas seguintes, com visitas diárias ao hospital, sem me identificar como repórter. Evitava perguntas da família sobre meus objetivos, sempre levando nas mãos um pequeno livro de capa preta: a Bíblia Sagrada. (BARCELLOS, 2012, p. 265)
             
Ao final da obra, o autor conta que a prova visual é conquista. A tortura ali exposta estava sendo discretamente filmada e, mais tarde, apresentada no Jornal Nacional.

Logo depois da entrevista percebemos que os dois rapazes continuavam sendo agredidos por um grupo de PMs, junto à entrada da carceragem da delegacia. Discretamente, Renato Rodrigues coloca a câmera embaixo de seu braço esquerdo. Com a mão direita ajusta o foco. Aperta o botão que dispara a gravação um pouco antes do momento em que um PM chuta o menor ferido na barriga. Em seguida, o rapaz leva um tapa no rosto fora do ângulo de alcance da câmera, se desequilibra e volta para a posição em que estava antes. Um outro PM se aproxima do menor, enfia o dedo em seu ferimento, dá um beliscão. Avisado por um colega, o PM olha assustado em nossa direção. Recua imediatamente e consegue sair do ângulo de visão da câmera. Mas era tarde demais. (BARCELLOS, 2012, p 274)


Seu estudo e seu esforço provava a existência do abuso de poder; de negligências e de injustiça. O balanço final de seu trabalho apontava que os criminosos não representavam a maioria entre as pessoas mortas por policiais miliares, neste período de 22 anos analisados. A maior parte dos civis mortos pela Polícia Militar de São Paulo é composta pelo cidadão comum com ficha limpa – inocentes. “Identificamos 2.027 inocentes assassinados pelos matadores da PM”; “Na seleção dos dez PMs com maior número de vítimas registradas em nosso Banco de Dados, pelo menos um deles tem uma história coerente com a sua fama de matador de bandidos”.(p.257) revela também, “[...] o pequeno número de policiais militares mortos, quatro tiveram participação em algum crime. Mais de seis tinham o passado limpo. Suas fichas nos foram devolvidas com um carimbo de duas palavras: nada consta.”(p.258); “A incrível desproporção com o número de mais de 4 mil civis mortos reforça nossas suspeitas sobre a legitimidade dos confrontos armados durante o policiamento”.(p.258)

Dentre todas estas revelações, o balanço final aponta o racismo como fator preponderante como motivo das execuções. Pessoas de raça negra e parda e situação econômica de baixa renda eram os principais alvos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Filme: A História Verdadeira.

site adorocinemas.com 

O filme é baseado em fatos reais e conta a história do jornalista Michael Finke, demitido do New York Times por usar mentira em uma de suas matérias.  Ao tentar se retratar com a empresa em que trabalha ele pede que a retratação não fosse publicada, para evitar problemas em futuras contratações.
Preocupado com sua reputação e tentando retomar sua carreira jornalística, Michael tem agora uma oportunidade e a agarra com todas as forças. Ele é informado que um homem chamado Christian Longo mata esposa e três filhos, em seguida, foge para o México se identificando como Michael Finke.

O que me chama a atenção é o comportamento do jornalista Michael tentando subjugar seus próprios anseios na tentativa de conseguir uma matéria exclusiva. Esta impressão parte da carta em que escreve para o suspeito, dizendo que se sentia honrado em saber que ele usará seu nome e que pretendia encontrá-lo e tentar entender por qual motivo havia se identificado de tal forma.

O ditado “o feitiço volta contra o feiticeiro” caberia nesta história. A tática do jornalista foi praticamente um “tiro no escuro” tentando retomar não apenas sua carreira, mas sua reputação. Seus olhos mostravam o quanto estava agitado em busca da verdade, a verdade que o salvaria de uma mentira que o fez perder o próprio emprego.
A relação entre fonte e jornalista é que esta em questão. Fiquei analisando como o corpo dele falava frente a sua fonte e como sua fonte o interpretava. Christian Longo diz a Michael que o conta toda a verdade, desde que ele o ensinasse a escrever e a falar bem, assim como o próprio jornalista e em segundo momento, que publicasse a matéria somente após o julgamento.
Em contrapartida o jornalista cede às vontades de sua fonte deixando-o ciente que o que viesse a publicar, talvez não o deixasse satisfeito. Neste quesito, o telespectador pode se perguntar como deve ser a relação entre jornalista e fonte? Confiabilidade? Um “pé” um pouco atrás? Usar sempre a imparcialidade? Ser parcial em dados momentos?
Michael se sente empolgado com a promessa de exclusividade e em vez de uma matéria, dá inicio a escrever um livro.  A Superficialidade com que o filme mostra a desenvolvimento de criação do livro dá a entender que o jornalista não ouviu outras fontes, apoiando-se totalmente no suspeito, ouvindo apenas um lado da história.A série de diálogos entre os personagens e o comportamento contraditório do réu, Christian Longo, põe em risco mais uma vez a reputação do jornalista, que se dá conta de que estava sendo usado por um assassino, capaz de seduzir o júri com suas supostas verdades, usando da confiança e do estilo aventureiro de Michel para se portar frente ao julgamento.
Diante de tal fato, é possível questionar quais os lados da notícia? Ela deve ser vista apenas como mercadoria?  Jornalistas podem fazer “negociações” com suas fontes em troca da informação? Vale tudo pela notícia?Não obstante, o filme possui um conteúdo rápido de apresentação e linguagem de fácil compreensão, de forma que a “confusão” aparente reflete apenas na atitude do personagem assassino. A impressão que tenho é que o filme terminou incompleto sem que o telespectador pudesse entender ao certo, por qual motivo um assassino usa a identificação de um jornalista; dá exclusividade para que ele conte sua história sendo uma história de mentira; contradiz todo o trabalho que desenvolveu contando ao jornalista e mudando seu depoimento no tribunal assumindo o delito.No final do filme, Michael encontra com Christian na prisão já sentenciado para o corredor da morte. Michael diz que já sabe que Christian é o assassino e que já passou referencias para o advogado e para o juiz ficarem atentos quanto às táticas que Christian pudesse usar. Fiquei tentando entender esta parte, tendo em vista que o personagem já estava sentenciado.
A confusão final foi quando Christian aparece fisicamente somente para Michael que está apresentando o seu livro ao público. Se o cara estava preso, como apareceu? Seria o subconsciente do jornalista se culpando? Creio que sim! Ele aparecia e desaparecia.Também considerei a fotografia do filme comum, sem muitos efeitos contendo uma iluminação e tons claros.No que diz respeito aos atores, são bons, principalmente James Franco a qual tive a oportunidade de ver atuação em outros filmes. O papel da esposa do Jornalista, interpretada por Felicity Jones achei “vago” uma vez que durante a trama se sentia perdida, sempre com um “ar” de medo, mistério no olhar e suspeitando de algo que ficou subtendido.
O filme não é “tão ruim” mais poderia ser mais claro e exploratório, agregando mais riqueza de detalhes e valor aos personagens.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Exposição "Doações"


A Prefeitura de Anápolis e a Secretaria de Cultura, por meio do Museu de Artes Plásticas de Anápolis, convida artistas e apreciadores para visitarem a exposição "Doações". 
A Exposição terá início no dia 16 de novembro e ficará disponível até 4 de dezembro, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira.




terça-feira, 10 de novembro de 2015

“Imaginário Primitivo” - Arte Naif conquista espaço no HGG junto ao Projeto Humanizar e oferece suavizar a dor de pacientes.

Há quem diga que a arte tem o poder de curar, assim como elementos da natureza inseridos em tratamentos físicos, psicológicos e afins. Dra. Nise da Silveira, importante psiquiatra brasileira, conta em artigo, que utilizou durante anos a arte junto a seus pacientes como terapia ocupacional e obteve resultados admiráveis.

Esta nova forma de expandir a arte e uni-la as necessidades humanas tem se tornado cada vez mais comum e enriquecedora. Com o objetivo de trazer melhorias, conhecimento cultural e momentos de alegria a pacientes é que o Hospital Alberto Rassi, em Goiânia, apresentará ao público belíssimas obras de renomados artistas, amantes da arte naif.

A exposição “Imaginário Primitivo” terá início no dia 11 de Novembro ás 19 horas, no Ambulatório de Medicina Avançada do HGG com a presença dos artistas: Américo Poteiro, Helena Vasconcelos, Sandro Carvalho e Vera Marina. A iniciativa faz parte do Projeto de Humanização do hospital.

A arte Naif é interpretada como paixões pelo simplório, pela leveza, criatividade e pureza de cada artista, colocadas em suas telas como lembranças, suas crenças, festas populares, o belo, o encantador. Toda esta energia estará disponível ao público em 90 telas além de esculturas, vasos e oratórios até o mês de fevereiro de 2016, com horários de visitação das 09 ás 16 horas.

A Arte e Humanização

O Hospital Alberto Rassi coordena o Projeto Humanizar com atividades que trazem educação, cultura e motivação aos seus pacientes. O objetivo é suavizar a dor não apenas física, mas emocional que eles enfrentam ao longo do tratamento.

As ações são realizadas em datas comemorativas com parceria junto aos demais setores do hospital e alcança além dos pacientes, colaboradores, acompanhantes e o público externo. Os benefícios vão de bem estar, acesso cultural, participação em oficinas de arte e sarau, além de diversão e o uso da criatividade exposta em telas.

Biografia sintetizada dos Artistas


Américo Poteiro (superior esquerda), Helena Vasconcelos ( superior direita), Sandro Carvalho ( inferior esquerda) e Vera Marina ( Inferior direita).

Américo Poteiro dedica-se a artes esculturais e ceramistas, fazendo do barro sua matéria – prima mais desejada, aflorada e fascinante. Seguindo os passos do saudoso pai, Antônio Poteiro, Américo já sabe lhe dar com temáticas rurais e ecológicas, não obstante a sua personalidade bem acentuada.


Helena Vasconcelos conhecida também como “Senhora das Cores” tem a primazia no olhar, a delicadeza e ao mesmo tempo a firmeza na ponta dos dedos, dedicando-se a pintura de manifestações populares e folclóricas, registrando a arte enriquecedora das congadas, folias de reis e afins.

Sandro Carvalho resgata a memória de sua infância e o frescor da juventude.
Telas que sensibilizam o público pela pureza, inocência e leveza.

Vera Marina é reconhecida pela curadoria do Museu Internacional de Arte Naif aonde duas de suas obras fazem parte do acervo. Voluntária de Projetos Sociais que tem a arte como foco principal, a artista e advogada não associa valores às obras, doando apenas amor e conhecimento ao seu público.
Data: 11 de novembro (quarta-feira)
Horário: 19 horas
Local: Hospital Alberto Rassi – HGG
Endereço: Avenida Anhanguera, número 6.479, Setor Oeste

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Convite Imaginário Primitivo


Análise da reportagem: A Enfermaria entre a vida e a morte.

pO
Ao ler a reportagem “ENFERMARIA ENTRE A VIDA E A MORTE”, publicada na revista Época no dia dezoito de Agosto, descobrimos elementos que caracterizam os estilos de reportagem. A reportagem em si é informativa e utiliza de metáforas. Para iniciar esta análise, podemos destacar características de um texto dissertativo, que se sustém em informações generalizantes e de juízo de valores. São fundamentadas em dados e declarações, possui argumentações do autor, o texto é estruturado (início, meio e fim), conclusivo e lógico.

Podemos encontrar características de uma reportagem de fatos (Fact-story), onde o relato dos acontecimentos é narrado em sucessão, por ordem de importância. O autor narrou o dia-a-dia da enfermaria mostrando os aspectos das salas, dos pacientes e os acontecimentos mais importantes – usando a pirâmide invertida.

No primeiro parágrafo o texto se assemelha ao gênero literário em uma narrativa que mistura elementos descritivos. Vejamos um exemplo:
“De repente, João Barbosa de Lima começou a rir. Seu corpo devastado pelo câncer se sacudia todo na cama de hospital. Depois de meses sem um sorriso, o iceberg que comprimia seu riso se desprendia dele.”
Fragmentos descritivos:
“... filho me beijava, neto me beijava, mulher me beijava, e eu não consegui sorrir...”.

“... comprimia seu sorriso...”; “Puxava um lenço encarnado para enxugar os olhos...”.

Encontramos também aspectos de reportagem narrativa documental – Relato documentado, que apresenta os elementos de maneira objetiva, acompanhados de citações (neste caso – declarações, depoimentos) que complementam e esclarecem o assunto tratado. Aproxima-se de pesquisas – dados que conferem fundamentações.

Exemplo:
“No início dos anos 70, a psiquiatra Elizabeth Kubler - Ross, conhecida por descrever os estágios do processo de morte, levou Cicely e suas idéias para os Estados Unidos, onde o movimento ganhou força”.
Característica de reportagem dissertativa

No início desta análise foi abordado sobre o aspecto geral desta reportagem – o ato dissertativo. Mesmo possuindo várias características que ainda serão apresentadas, podemos observar que o elemento principal e geral neste texto, foi à dissertação, porque o autor deu base, fez fundamentações, indagações e complementações.

Exemplo:
“Como dizer ao médico para parar no momento em que a morte é iminente e inevitável?...”.

“Podemos fazer nossas próprias regras, mas entre elas não está viver para sempre.”

“Começamos a morrer no exato instante em que começamos a viver”. “E hoje estamos mais mortos do que estávamos ontem.”

“Tornou-se deselegante sofrer em público. Com a desculpa – fornecida pelos outros – de que precisamos de solidão para lidar com a perda...”.
Reportagem de ação (Action-story)

Existem vários trechos que levam o leitor a ser atraído, justamente pelo desenrolar dos acontecimentos, um relato movimentado que permite a visualização de cenas. Como esta reportagem conta a vida de pessoas destinadas a morrer, o autor trabalhou muito bem com as palavras neste aspecto. Permite que o leitor se envolva se emocione e que viva a história intensamente e isto ocorre o tempo toda – nos faz lembrar do que estudamos no texto “Namoros com a literatura” que diz a cerca de elementos que o texto deve possuir: força, clareza, condensação e novidade.

A reportagem de ação trabalha o tempo todo com a força – prende o leitor e o faz ter uma visualização dos fatos.

Reportagem sensacionalista

O fato relatado produz uma sensação intensa, capaz de emocionar ou causar escândalo. Vejamos alguns trechos:
“... Todo dia ela assistia á sogra apodrecendo por dentro, viva.”
“À medida que o buraco aumentava fazer os curativos ia se tornando mais difícil.”

“Quando lavava suas roupas, encontrava ovos e larvas de bichos.”
“Quando a água que a doente bebia começou a entrar pela boca e sair pelo buraco...”
A reportagem sensacionalista[1] possui adjetivações, é totalitário, leva a imprecisão, é audacioso, irreverente, possui questionamentos, mas também pode ser imprecisa, ter erros na apuração, distorção, deturpação e um editorial agressivo.

No caso desta reportagem, não estou dizendo que houve um erro na apuração e nem que ocorreu distorção ou deturpação de informações, porém é de extrema audácia, causa tensão ao leitor e é irreverente.

Exemplos:
“Apodrecer por dentro pode ser uma benção...”.

“Uma doente tem um tumor na coxa esquerda. Apodrece por fora. Uma flor de carne que a cada dia engole um pouco mais dela.”
A reportagem conto
No início da reportagem o texto se aproxima de uma característica interessante, onde o autor começa por particularizar uma ação, escolhendo um personagem para ilustrar o tema que pretende desenvolver. A situação dramatizada serve para abrir a reportagem – incorpora a narração para prender a atenção do leitor.

Exemplo:
“De repente, João Barbosa de Lima começou a rir. Seu corpo devastado pelo câncer se sacudia todo na cama de hospital.”
Neste caso, João Barbosa de Lima seria o personagem e a expressão “... seu corpo devastado pelo câncer se sacudia todo na cama de hospital,” dramatiza a abertura da reportagem. É a narração de uma história com um personagem definido e com uma situação vivenciada.

Existem vários estilos de reportagem – No caso do texto “A ENFERMARIA ENTRE A VIDA E A MORTE”, podemos encontrar uma mistura de elementos e de gêneros jornalísticos. O autor usou muito bem elementos narrativos, descritivos, dissertativo - argumentativo. Ler o drama que ás vezes é sensacionalista, outras vezes moralista com as argumentações da autora, não deixa de ser emocionante, intrigante, tenso, reflexivo.

[1] ANGRIRANI, Danilo. Sensacionalismo na Imprensa. Espreme que sai sangue. Sp.Summus,1995.Coleção Novas Buscas em Comunicação

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

“#SomosTodosGigantes”: Campanha de Combate ao Nanismo como ponto de Partida em busca de Inclusão e Respeito Social.

Por Nayara Alves

A problemática de hoje é o Nanismo, e amanhã? O que mais irão apontar?

A história da humanidade é marcada por conquistas significativas, mas também por lutas constantes de combate a preconceitos, à violência psicológica, física, moral, sexual, intrafamiliar, institucional, dentre outras. Esta necessidade de igualdade social está intrinsicamente ligada a fatores psicológicos, as evoluções de grupos sociais, aos diretos humanos e a sede de justiça, de forma a erradicar ou pelo menos, amenizar as diversas formas de agressão.

A reflexão de hoje não é para discutir conceitos ou nomenclaturas, mas dividir com vocês leitores, a interessante campanha “#SomosTodosGigantes”, que está circulando nas redes sociais com o objetivo de orientar as pessoas sobre a doença que tem como nome, Nanismo, além de combater o preconceito as pessoas portadoras da doença.

Foto Ilustrativa Disponível Fan Page da Campanha
O Nanismo é uma doença genética que se manifesta em mais de duzentas formas e está relacionada à glândula hipófise, que faz com que o corpo não tenha desenvolvimento, sendo assim, o indivíduo tem o tamanho afetado ficando com baixa estatura, além de ter a possibilidade de adquirir complicações em outros órgãos do corpo. Importante é ressaltar que o indivíduo não tem suas funções cognitivas afetadas, sendo uma pessoa com capacidade intelectual completamente normal.

A campanha “#SomosTodosGigantes” está sendo promovida, por Marlos Nogueira e Juliana Yamim, pais de Gabriel, um garoto de oito anos que foi diagnosticado com a doença ainda no nascimento. Assim que atingiu idade de compreender, os pais decidiram escrever uma carta para o filho, que circula nas redes sociais e ganham adeptos.



Um Projeto de Lei está sendo tramitado no Congresso Nacional pelo Senador Romário (PSB-RJ) que quer implementar uma data, provavelmente o dia 25 de outubro, como o dia de Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo.

A benéfica é vista como um ponto de partida para trabalhar a educação, as relações sociais, a visibilidade cultural, a aceitação nas práticas esportivas e no mundo corporativo, sempre focando no respeito ao próximo e a busca por igualdade social.

A Campanha é maravilhosa e muito bem vinda, porém os questionamentos surgem a partir do momento que analisamos o projeto como a busca por qualidade de vida e por algo que é direito de todos: Respeito por parte da sociedade.

Fico a imaginar que doença lastimável é o Preconceito, doença esta que está enraizada na sociedade e que prefere apontar os indivíduos, a si mesmo. A problemática de hoje é o Nanismo, e amanhã? O que mais irão apontar?

Em pleno século XXI, com tantos progressos tecnológicos e avanços em demais áreas, as pessoas ainda criticam a subjetividade do próximo e se acham no direito de ofender, agredir e promover atos abomináveis e hostis por questões que de alguma forma, as tocam. 

Por que a não aceitação no convívio social? Por que mesmo com diversas campanhas, enfrentamos embates sociais? Quantas outras campanhas serão necessárias para pedir ao mundo apenas, respeito? A Educação aplicada em nosso país seria suficiente para formar pessoas curadas e livres de qualquer preconceito? Qual o real papel dos pais na missão de educar seus filhos para uma geração pensante? É possível banir o preconceito?

Enquanto não encontramos soluções continuaremos a apostar na promoção de campanhas educativas e uso de mídias, o que de fato, mesmo sendo um ponto de partida, acaba de certa forma a nos contrariar, ao pensar que aceleramos nas questões tecnológicas e retrocedemos na educação aonde o resultado é a existência de uma sociedade preconceituosa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Análise crítica do filme, “O Melhor Lance” - 2013

Por Nayara Alves

Para os amantes das representações cinematográficas é sempre prazeroso ver um filme e olhar não apenas por olhar, mas olhar além do que é apresentado. Não sou nenhuma especialista no assunto, mas trago em minha formação um pouco de conhecimento e gostaria de compartilhar com vocês.

Fiquei extremamente fascinada com o filme, “O melhor lance”, do Diretor Italiano, Giuseppe Tornatore, produzido em 2013 e lançado em 2014. Categoriza-se em romance um pouco dramático, tratando-se de um roteiro extremamente bem feito por envolver o telespectador e deixa-lo curioso e, por fim, deixando a cereja do bolo para o final que realmente é surpreendente.

A trama conta a história de um apreciador de artes, leiloeiro de peças valiosas e antiguidades, chamado Virgil, a qual recebe um telefonema de uma jovem herdeira, Claire, pedindo para que ele inventariasse todas as peças que tinha em sua casa, pois as venderia. O fato é que, boa parte da trama, ela fica escondida dentro do quarto alegando ter uma doença e que não sai de casa desde os quinze anos. A situação da moça comove o leiloeiro que começa a receber conselhos de um amigo para saber como conquistar a confiança de Claire e como lhe dar com os sentimentos que passa a ter por ela.

Primeiramente fiquei pensando o que levou o Diretor a exibir os eventos desta história num ritmo lento. Costumo dizer que os cinco primeiros minutos de um filme, tem que encantar o telespectador que já está ansioso pela história. O Diretor utilizou 2hr10min para desenvolver os fatos, com cenas que poderiam ter sido adiantadas, desta forma, classifico que é um tipo de filme constante.


Apesar de ser longo, não ter cenas fortes para despertar emoções rápidas no telespectador e pouquíssima trilha sonora, o diálogo estabelecido no roteiro é de fácil compreensão além de criativo e eu diria que esta pitada misteriosa nas falas e na caracterização do ambiente e dos personagens, é que prende as pessoas e os fazem pensar que vale a pena esperar às duas horas de filme.

Antes de falar com precisão da atuação dos personagens eu gostaria de ressaltar a caracterização do ambiente, ou seja, a fotografia da trama. Eu simplesmente apaixonei pelo cenário, pelos objetos, pela arquitetura e a iluminação que enquadrou perfeitamente na riqueza de detalhes de cada canto do casarão, da vila, do parque, da casa do leiloeiro, enfim, cada cantinho. Meu palpite é que esta possibilidade visual disponibilizada tem haver com a origem do diretor que é Italiano e por isto, a fotografia tem características europeias com cores predominantes acinzentadas e iluminação envelhecida, daí o cenário escolhido.


No que diz respeito aos personagens a caracterização foi muito bem feita, pois o leiloeiro bem sucedido faz uso de roupas elegantes e cortes finos, é intelectual, postura intensa, manias pessoais bem acentuadas como é o caso do uso das luvas e frequenta restaurantes de alto padrão. A jovem herdeira, 27anos, faz uso de roupas leves e confortáveis, cabelos soltos, aspectos de uma pessoa deprimida para exprimir o sentimento de frustração que fazia parte de seu plano, envolvente, cara de anjo e mente de demônio para fazer jus a sua atitude final que é o desfecho fabuloso e inesperado, para confundir o espectador que acredita ser apenas uma história de amor entre um homem mais velho, um amor maduro por uma jovem indefesa.

Se observarem, vão perceber que durante o leilão existe o personagem Billi, um senhor de barba branca, que participa de todos os leilões e usa de trapaça juntamente com o leiloeiro, de forma que ele sempre arremata as peças dando o melhor lance. Desde o inicio do filme fiquei me perguntando o que ele tinha haver com a história, ou em qual momento ele entraria no romance que se desenvolvia. As coisas começaram a fazer sentido quando o quebra-cabeça começa a ser montado a partir da última participação do personagem (01h49min) com um abraço de despedida entre os amigos e a mensagem nas entrelinhas, de que talvez, esta seria a última vez que eles se vissem e então, Billi sorri ironicamente e diz que mandou uma pintura para que o leiloeiro lembrasse dele.


Todas as ligações que Claire recebia de um tal Diretor, nada mais era do que  este senhor “barbudo”, tramando dar o bote final. Que caracterização suave, sutil, imagem plena de um trapaceiro e traidor que traiu não apenas seu amigo leiloeiro, mas também a nós, quanto telespectador, que nada esperávamos dele, uma figura tão simples numa imensidão de coisas a serem discutidas no filme. É mais ou menos aquela velha história, é de quem menos esperamos é que vem a apunhalada.

Outro personagem importante foi Robert, o amigo de Virgil, que ficou boa parte do filme dando conselhos amorosos. Por alguns momentos a trama nos da a entender que ele vai se apaixonar por Claire, mas não é isto que acontece. Só vim a entender a participação efetiva dele, quando o leiloador chega em casa procurando por Claire e o empregado diz que ela teria provavelmente saído, assim como um dia antes, juntamente com Robert e a namorada para lanchar (01h50min). Quando Virgil avista a pintura enviada por seu amigo Bill e decide guarda-la na sala aonde guarda sua coleção valiosíssima de quadros, encontra apenas o vazio devastador, um silêncio, uma decepção não apenas amorosa, mais abrangente, envolvendo amigos.


A traição se estabelece através da mensagem deixada por seu amigo Robert por uma engenhoca consertada. É a explicação do ocorrido, aonde dizia: “Há sempre algo autêntico escondido em cada falsificação, eu não poderia concordar mais. Por isto, sinto sua falta, Sr Virgil”. Que final louco! Não na intensidade das cenas, mas na intensidade do roteiro que quebra as possibilidades de uma paixão e constata apenas um golpe praticado por uma gangue, composta por Claire, Bill, Sara e Robert. Aonde é possível ter certeza disto? Com o depoimento da anãzinha que ficava frente ao casarão (cena 01h55min) ela revela que Claire saia com frequência do casarão (constatando que não havia doença alguma e tudo se tratava de uma farsa), revelando ser ela a proprietária do casarão e que havia alugado nos últimos dois anos a casa para um rapaz que consertava de tudo e era galanteador (revelando ser Robert); ela menciona as frequentes mudanças que ocorriam no imóvel (tempo que usavam para aplicar o golpe).

E assim, a cena final é apresentada a nós, cheia de particularidades com uma mensagem enigmática através da decoração do restaurante, feita de engrenagens e relógios, muitos... muitos deles! Imagino que esta brincadeira com o telespectador, nos faz pensar no significado das engrenagens que só funcionam em pares e tem seu movimento afetado caso algum dente esteja desencontrado um do outro. Se tudo estiver ajustado, a velocidade e a potência são maiores e assim, o tempo da ação não é obstruído.


Robert, Sara, Bill e Claire trabalharam em pares, ajustando seus planos assim como a engrenagem e obtendo o êxito, em curto espaço de tempo – fator potência.
A conclusão que chego diante de todos estes pontos é que, assim como na vida real estamos sujeitos a desajustes em nossas engrenagens, afetando nossas relações e projetos, automaticamente o tempo se torna fator preponderante para nossa cura ou para nossa morte.


Creio que Virgil irá se recuperar!

Fotos disponíveis no site Adoro Cinemas, com os respectivos autores das imagens, usadas apenas de forma ilustrativa. Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-215942/ Acesso em 08 de Outubro de 2015 ás 22hr55min.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Montadora em Catalão demite mais de 400 funcionários


Diferente do que está divulgado no site da montadora Mitsubshi, mais de 400 funcionários em Catalão, GO, tiveram como "resultado expressivo de seus trabalhos", várias rescisões contratuais. A alta demanda foi comunicada hoje,02, trazendo comoção e revolta a pais de família que resolveram protestar na GO 050, entre Chapadão do Céu e Estrela Dalva.


Em junho deste ano, a empresa já havia demitido mais de 190 funcionários devido a baixa nas vendas no ramo automobilístico. 


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Feirão de empregos em Goiás

Cadastro de Currículos, Entrevistas,  Palestras, Análise Curricular e muitas  expectativas.

O Maior Feirão de empregos acontece nos dias 29 e 30 de Setembro, das 10hrs às 22horas no Estacionamento,  Piso 2, do Shopping Flamboyant em Goiânia,  GO, e estima-se a presença de 4 mil candidatos para concorrer mais de 5 mil vagas.

Os candidatos podem participar gratuitamente de  palestras sobre carreira e como ter um Currículo eficiente e eficaz além de entender quais são as competências mais admiradas pelos selecionadores nos processos seletivos.

IMPORTANTE:
-) Levar currículo impresso, estima-se 20 empresas, leve quantidade suficiente para não faltar na hora.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Qual o Tamanho do seu Muro?


Boa tarde meus amigos e leitores do  meu Blog. Por problemas pessoais nem sempre é possível eu preparar um Post para vocês, mas espero em breve, regularizar e atualizar com mais freqüência. 
Hoje, vim compartilhar uma informação bacana para quem se interessar em fazer o curso On Line com o Prof. Randes Enes, " Qual o Tamanho do seu Muro".
Para participar basta você acessar o link  http://www.profrandes.com.br/hangout/ se cadastrar e receber em seu e-mail o link da transmissão ao vivo que ocorrerá nas datas informadas. Quem perdeu o primeiro encontro, poderá assistir ainda sim o vídeo que o Prof Randes deixou arquivado. Dicas úteis! participe" é gratuito.
Quem tiver dúvidas, poderá curtir a página e acessar o







quinta-feira, 2 de abril de 2015

Utilidade Pública Cata-Treco - Goiânia -Go

Se você tem móveis usados sem serventia ou objetos de grande porte e queira descartar e que não pode ser jogado na rua ou na calçada, poderá contar com o serviço Gratuito da Comurg, via WhatsApp. Basta Responder as perguntas abaixo e enviar para 62 8596 8555
Nome:
Celular: 
Telefone fixo:
Endereço completo:
Bens a serem doados ao Cata-Treco:
( Informe a quantidade):
Depois, conte sua experiência na Fanpage Blog de Conteúdo Nayara Alves ou acesse o link direto pelo fale conosco,yaraline.blogspot.com . Conte também pela canais yaraline@gmail.com ou nayaramelklin@hotmail.com




Para saber detalhes do Projeto Cata Treco, acesse: http://www.cidades.go.gov.br/post/ver/110550/prefeitura-de-goiania-lanca-projeto-cata-treco 

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites